A origem da Páscoa e a celebração nos tempos de Jesus

 


O ano de 1512 a.C é apontado por alguns historiadores como a data em que Moisés deixou o Egito libertando o povo Hebreu de um longo período de escravidão. Sua saída ocorreu após Moisés ter um encontro com Deus, ao depara-se com uma sarça ardente que não se consumia e receber de a tarefa de tirar Israel do domínio dos egípcios. 


Após as insistentes recusas do Faraó de libertar o povo de Deus e as pragas que vieram em consequência, Deus enviou uma última praga, que consistiu na morte dos primogênitos do Egito, o episódio que deu origem a celebração da Páscoa. Algumas instruções também foram dadas a Moisés de como os israelitas deveriam proceder. 


O Senhor ordenou que eles sacrificassem um cordeiro macho, que não poderia ter defeito, e que o sangue do cordeiro fosse espalhado no alto dos batentes das portas de suas casas. A carne do cordeiro deveria ser assada no fogo, acompanhada de pães asmos e ervas amargas. 


Os pães eram asmos ou seja, sem fermento, pois seriam uma lembrança da pressa da fuga durante o êxodo e a ervas amargas porque lembrariam o sofrimento e a aflição dos tempos de escravidão. A morte dos primogênitos egípcios resultou na libertação do povo de Deus e a partir deste dia, Moisés institui a Páscoa como uma celebração anual. 


É a festa judaica mais antiga e o seu significado é explicitado em Êxodo 12:26-27: “E acontecerá que, quando vossos filhos vos disserem: Que rito é este? Respondereis: Este é o sacrifício da Páscoa ao Senhor, que passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas. Então, o povo se inclinou e adorou”.


Durante a celebração da festa, a pessoa mais nova que participava da refeição perguntava: “Por que estamos celebrando esta refeição?”. O chefe da casa respondia com o relato da saída do Egito usando o texto de Dt 26:5-11, e explicava a todos a libertação que Deus fez aos hebreus.


Muito tempo depois, já nos tempos de Jesus, a Páscoa continuava sendo celebrada e acredita-se que nessa época do ano, entre 60 e 180 mil judeus iam para Jerusalém. Os que estavam dentro dos muros eram gratuitamente hospedados e, em troca, deixavam aos seus hospedeiros, as peles dos carneiros pascais e os vasos de que se utilizavam nos serviços sagrados. A celebração era um momento para as pessoas se reunirem, já que o cordeiro deveria ser comido por no máximo 20 e no mínimo 10 pessoas. Jesus celebrou sua última ceia com os 12, cumprindo a tradição.


Havia muita expectativa para o período da Páscoa, pois os judeus acreditavam que esse era um tempo separado por Deus para eventos importantes. Foi enquanto o rei Ezequias celebrava a Páscoa que os exércitos de Senequeribe foram destruídos pelo anjo do Senhor (2 Cr 30,31 e 32). Também durante o período da Páscoa, houve o jejum promovido por Ester que livrou os judeus da aniquilação e por fim, em decorrência da proibição da celebração da Páscoa imposta pelo rei Antíoco IV, ocorreu a revolta dos Macabeus. 


Havia a crença de que durante a Páscoa viria o juízo de Deus sobre as nações, bem como a de que o Messias se manifestaria no período. Por isto, na época de Jesus, na Páscoa, a Guarda Romana tinha um contingente dobrado, pois muitas revoltas messiânicas ocorreram durante a festa no durante a dominação romana.


É interessante notar que os judeus estavam certos, afinal naquela última Páscoa de nosso Senhor, houve o período mais importante dentre todos e os judeus estavam novamente debaixo do jugo de outro povo. Os pães também eram asmos, já que havia pressa, pois o traidor havia pactuado entregar Jesus aos sacerdotes naquela mesma noite. As ervas eram amargas, visto que haveria a maior aflição e sofrimento de toda a história. O Messias realmente se manifestou e havia o Cordeiro pascal que iria trazer naqueles dias juízo, libertação e vida.


Nesta Páscoa o cenário nas nossas vidas pode ou não ser diferente. Em alguns momentos da vida, passamos por desafios, que tal como as ervas, são amargos. Nossos pães asmos são a pressa da vida, que muitas vezes não nos permite parar, celebrar, reunir a família ou simplesmente separa um tempo para buscar a Deus, tentar conhecê-lo ou o que Ele quer para as nossas vidas. Vivemos e agimos querendo que tudo isso acabe o mais breve possível, e não separamos tempo para o essencial. E o Cordeiro é o mesmo, entregando e se entregando, em mais um ano o juízo, a liberdade e a vida. 


Que possamos nos achegar a Ele e assim como a criança, perguntar ao nosso Senhor; “Por que estamos celebrando esta refeição?”

Por que ela é importante para a minha e a sua vida? O que a morte e ressurreição de Jesus impacta de modo prático na minha vida?


Que Jesus nos abençoe nessa Páscoa!



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