Como explicamos aqueles que parecem ser cristãos, mas se apartam da fé? Na Parábola do Semeador, Jesus descreve essas pessoas, advertindo que nem toda resposta entusiasta ao evangelho é salvadora. Ouvintes comparados a solo rochoso recebem, inicialmente, o evangelho e florescem, mas eles murcham quando as dificuldades surgem.
A Bíblia também descreve pessoas que pareceram seguir o Senhor por um tempo e, depois, caíram, tais como Saul, Aitofel, Judas Iscariotes, Himeneu e Alexandre (1Tm 1.19-20). Eles podem ter possuído vários graus de convicções e impressões na graça comum de Deus, mas não tinham a fé salvadora e, por isso, nunca foram crentes eleitos.
John Owen ofereceu o seguinte silogismo que se aplica a esses casos:
1. Os eleitos não podem cair (Jo 10.27-29).
2. Alguns que professam a fé caem.
3. Portanto, esses que professam a fé e caem não são crentes eleitos.
A perseverança dos santos não significa que todo aquele que afirma ter recebido a Cristo como seu Salvador, participa na obra de Cristo e manifesta vários dons está "eternamente seguro" (Mt 7.21-23). A igreja inclui hipócritas que manifestam os sinais externos da perseverança mas não possuem as marcas de verdadeiros cristãos. A igreja também inclui pessoas como Demas, que parecem ser cristãos, mas cujo afastamento da verdade e da igreja revela que nunca estiveram realmente em união salvadora com Cristo (2Tm 4.10; Hb 6.4-6).
Quando caímos no pecado, seus olhos paternos e sua mão disciplinadora nos trazem ao arrependimento e ao perdão, antes que destruamos a nós mesmos na estrada da apostasia.
"A doutrina reformada da perseverança é que uma alma regenerada certamente perseverará nas provações da vida e continuará a crer e a arrepender-se. Ela escorregará e cairá, desenvolverá hábitos maus, lutará com dúvidas, mas, em tudo isso, continuará avançando, assim como começou... Todos os crentes tropeçam e caem no pecado, mas nenhum verdadeiro crente permanece no pecado. Assim como Deus lhe deu fé e arrependimento na conversão inicial, assim também ele dá ao crente fé e arrependimento em todo o caminho para o céu.
Asseguremo-nos de nossa confiança em Cristo, para não parecer que cremos e, no final, provemos o contrário.

0 Comentários